A leitura em mim é um ato nômade: as vezes se instala por um bom período e até parece que veio pra ficar. Noutras vezes, deserta emburrado, macambuzio, fugindo pelos fundos como acometido por um tédio mortal. Aliás, o Francis dizia que o tédio é como a morte. E plagiando o "sweet prince", digo que por vezes "estou tecnicamente morto" (bored to death).
(...)
No momento, em franca recuperação da ressaca de um desses períodos de tédio, estou lendo 4 livros, ao mesmo tempo. Isso mesmo. E aqui um adendo matemático: mutuamente exclusivos (vide probabilidade, meu chapa).
Bem, de Kingsbridge mergulho nas Minas de Carvão pelo caminho de Wigan Pier. De lá para a nata intelectual da Europa em meados do século passado onde cruzo com Koestler, Sartre, Camus, Primo Levi, Arendt...tudo num livro só. Salve Judt.
Mas Russell às vezes me puxa de volta para os Ensaios Céticos.
Fascinante. Ler é isso. Uma viagem!!!
Nesses tempos de cultura rasa, delivery, onde dragados pelo imbecilismo temos a impressão de que qualquer discussão mais elaborada nos estigmatizaria como aberrações de circo, ou nos ridicularizaria em 3D, High Definition, via satélite pelas lentes e agentes do pânico televisivo, as coisas ainda podem piorar.
Pois, reajamos!
Eu sei, Sarney é imortal e Collor é da Academia Alagoana de Letras... Só pelos discursos que fez (pelo menos é da alagoana).
Mas sejamos bravos, leia assim mesmo, e esqueça deles. Ah, e do mago também.
Leia tudo, até bula de remédio... menos eles... e a Carta Capital.
O Millôr prometeu(ou deveria) viver o suficiente para substituir o Dono do Mar (do Maranhão) resgatando um pouco da nobreza da literatura (e da academia).
O "morto rotativo" deveria ir em paz logo. E embora o "homi" tenha dito o contrário, EU repito Millôr:
"Em que exato momento histórico nossa ignorância passou a ser virtude cívica?"
Pô mestre, anda preguiçoso hein, faz horas que não escreve.
ResponderExcluir