domingo, 26 de dezembro de 2010

Rasputin 60

Da Wikipédia trago o seguinte:
"Grigoriy Yefimovich Rasputin (russo: Григо́рий Ефи́мович Распу́тин), místico russo, nasceu dia 22 de janeiro de 1869 em Pokrovskoie, Tobolsk e foi assassinado no dia 29 de dezembro de 1916 aos 47 anos em Petrogrado, actual São Petersburgo. Foi uma figura influente no final do período czarista da Rússia.
Influência na corte russa
Por volta de 1905, a sua já conhecida reputação de místico introduziu-o no círculo restrito da Corte imperial russa, onde diz-se que Rasputin chega mesmo a salvar Alexei Romanov, o filho do czar, de hemofilia.
Perante este acontecimento, a czarina Alexandra Fedorovna dedicar-lhe-á uma atenção cega e uma confiança desmedida, denominando-o mesmo de "mensageiro de Deus". Com esta proteção Rasputin passa a influenciar ocultamente a Corte e principalmente a família imperial russa, colocando homens como ele no topo da hierarquia da poderosa Igreja Nacional Russa.
Todavia, o seu comportamento dissoluto, licencioso e devasso (supostas orgias e envolvimento com mulheres da alta sociedade) justificará denúncias por parte de políticos atentos à sua trajetória poluta, entre os quais se destacam Stolypine e Kokovtsov. O czar Nicolau II afasta então Rasputin, mas a czarina Alexandra mantém a sua confiança absoluta no decadente monge.
Assassinato
A Primeira Guerra Mundial trouxe novos contornos à atuação de Rasputin, já odiado pelo povo e pelos nobres, que o acusaram de espionagem ao serviço da Alemanha. Escapa à várias tentativas de aniquilamento, mas acaba por ser vítima de uma trama de parlamentares e aristocratas da grande estirpe russa, entre os quais Yussupov.
Rasputin também foi conhecido pela sua suposta e curiosa morte: primeiro ele foi envenenado num jantar, porém sua úlcera crônica fê-lo expelir todo o veneno, posteriormente teria sido fuzilado atingido por um total de onze tiros, tendo no entanto sobrevivido; foi castrado e continuou vivo, somente quando foi agredido e o atiraram inconsciente no rio Neva ele morreu, não pelos ferimentos, mas afogado (existe um relato de que, após o seu corpo ter sido recuperado, foi encontrado água nos pulmões, dando apoio à ideia de que ele ainda estava vivo quando jogado no rio parcialmente congelado."

Tenho um amigo Rasputin. O conheci por acaso, na Igreja São José em Minas Novas (única de partido octogonal conhecida no Brasil. A planta é igual à da Capela Templária de Leon, na França, do século XIII, mas utiliza soluções locais como a técnica de pau-a-pique) num show de Paulinho Pedra Azul em início de carreira. Era 1983. O show: voz, violão e alguns incensos. Ele no púlpito e nós os discípulos, assistindo sua missa.
Minha vó Auta costumava dizer - ao ouví-lo - que sua música dava-lhe vontade de voar. Talvez por isso mesmo tantas letras citando pássaros: Jardim da Fanstasia, Ave Cantadeira, Voarás...

Atrás de nós uma voz cavernosa, de uma figura sardenda, cabelo e barba vermelhos, longos e degrenhados, a dizer quase em choro a frase que o marcou na época, sempre no hiato entre o fim e o início da próxima música:
- Mata o véio... - a cada último acorde desfiado por Paulinho.

Raputin fará 60 anos em 2011. Em 2001, na festa dos 50, interceptava qualquer mulher que passasse por nós e fazia a pergunta, uma espécie de mote dos 50:
- Você já d... pra um homem de 50??? - éramos só riso.

Rasputin guarda o riso mais irônico e sincero que já ouvi. Sempre antecedido por uma de suas falas:
- Cê tá doido... - numa voz gutural, cadenciada, só dele.
Uma vez em Minas Novas desafiou o maior chincheiro da época a apresentar-lhe o melhor bagulho. A cada trago desafiava o homem a trazer algo melhor, já que aquilo era porcaria. Fumou tudo, em vista do cara não ter aceitado a ofensa e ter-lhe apresentado um cardápio de sabores variados. Voltou ao Sobrado da Tia Auta feito um parafuso, com uma larica dos infernos. Comeu duas, três vezes. Seguiu-se uma infecção intestinal que obrigou-o a fugir de volta à BH mesmo com o FESTUR em Turmalina acontecendo à toda.
Já no ônibus, que parava em Turmalina, foi ajudado pelo filho Dinho, apenas um garoto na época. Desceu do ônibus em Turmalina com a praça lotada e apresentações acontecendo no palco. Esquivou-se de todos, entrando num bar indo direto ao banheiro. Calvário que repetiria pelo cerrado do vale, por quase todo o percurso até Diamantina, sempre interpelando o motorista para que parasse todas as vezes que a situação ficava insuportável.
O papel foi um problema à parte. Na falta, utilizou todas as páginas de seu futuro livro de poesias. Diria mais tarde, com ironia e sarcasmo:
- Na falta do papel, dá-lhe poesia!!! Ficou meu livro pelo cerrado do Vale do Jequitinhonha - seguido por sua risada única, inconfundível.
Completará 60 anos.

Tusta costuma dizer que algumas pessoas são anjos. Não tenho dúvida de que Rasputin seja um. Um pouco torto??? Talvez, porém não menos anjo. Um tanto "místico, adepto das orgias?" Quem sabe? Quem se importa?
Mas as semelhanças terminariam por ai... e na aparência física, por certo.

Geraldo... Rasputin, fará 60 anos. E como o outro, espero que tenha também fôlego de gato, sete vidas. Mas diferentemente do russo, permanecerá perseguido pelos amigos, que adoram seu riso, seu humor ferino.
Viva Rasput...
"- Cê tá doido..."

Nenhum comentário:

Postar um comentário