Para ZéMota
Amei um filho de forma desesperada, mais que a mim mesmo. Talvez minha projeção, o que gostaria de ter sido, feito... não sei.
Não pressionei, porém. Como poderia? Minha ascenção findara há tempos, após sua emancipação intelectual, da qual sucumbi, impotente. Não sei do que fala agora. Capto aqui e ali, e só. Não quero mais saber, não há tempo.
Nem sei o que vai mal. Perdi o senso na dúvida de quanto tempo ainda temos, em seu e meu passado de erros, acertos, futuro incerto e impresente. Tantos conflitos tolos, como tolos são todos os conflitos.
Eu mesmo uma amálgama de pequenas vicissitudes, perjúrios e pobreza. Um jagunço errante em assuntos de paternidade e psicologia. Acho que não saberia ter feito melhor. É tudo o que vejo, ou via.
Mas cá estou passando a limpo minhas escolhas... sempre há tempo. Amei, amo. Basta!!!
O tempo só existe porque é o parâmetro necessário para medirmos as mudanças. Sem elas o tempo seria inútil, uma contagem insípida e inócua.
Que tenha tempo de vivenciar meu neto, seus júbilos.
De meu filho só quero o abraço, o calor e a presença. Nada mais.
"E o meu medo maior é o espelho se quebrar"[1]
__________________________________
[1] Espelho - João Nogueira, Paulo César Pinheiro
Nenhum comentário:
Postar um comentário