segunda-feira, 4 de julho de 2011

Raios, ovelhas e trovoadas.

Thor anda bravo com os humanóides.
Não!!! Não falo do filhinho do Eike. Falo do mitológico dono do Martelo Mjolnir (mitologia Nórdica, diga-se de passagem).

Mas por algum motivo, ele anda mais puto ainda com um tal Melvin Roberts, 58 anos, habitante de Seneca, Carolina do Sul, US. O homem foi atingindo por um raio pela sexta vez. Isso mesmo!
Transcrevo a reportagem do UOL (http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/internacional/2011/07/04/americano-e-atingido-por-raio-pela-sexta-vez.jhtm) :
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Americano é atingido por raio pela sexta vez.
Um norte-americano foi hospitalizado após ter sido atingido por um raio pela sexta vez.
                                

                                
                             






                                 Melvin Roberts, de 58 anos, estava do
                                 lado de fora de sua casa, em Seneca, na
                                 Carolina do Sul, guardando sua máquina de
                                 cortar grama durante uma tempestade
                                 quando um raio o atingiu, no mês passado,
                                 segundo o canal de TV local WYFF.
                                 Os vizinhos encontraram Roberts desmaiado
                                 no jardim e chamaram uma ambulância. O
                                 americano sofreu queimaduras em suas
                                 pernas e pés.
                                 Os machucados, no entanto, nem se
                                 comparam ao que Roberts passou em 2007,
                                 quando um raio o deixou em uma cadeira de
                                 rodas por mais de um ano. Na ocasião, ele
                                 cuidava de suas galinhas quando foi
                                 atingido.
                                 "Na época, quando eu acordei, estava
                                 coberto em sangue, todo queimado e
                                 confuso", contou.
                                 Os raios forçaram Roberts a abandonar seu
                                 emprego como operador de máquinas
                                 pesadas. Após seis raios, o americano diz
                                 que, finalmente, irá pensar duas vezes
                                 antes de sair à rua durante uma
                                 tempestade.
                                 "Não digo que estou com medo dos raios,
                                 mas preciso respeitá-los um pouco mais",
                                 falou.
                                 Roberts acha que os raios podem ser algum
                                 tipo de punição cósmica por algo errado
                                 que ele fez.
                                 "Já fui casado cinco vezes e atingido
                                 seis vezes por raios. Não vou poder
                                 largar minha atual mulher", brincou.
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Bem, como nunca me deparei e nem tenho notícia de deidades nórdicas sendo vistas pelos telescópios lançando raios dos céus, atribuo tudo ao acaso, má sorte e alguma negligência. Claro, podemos chamar de "punição cósmica" (nome pomposo) caso queiramos dar alguma notoriedade (mesmo que negativa) a um humanóide qualquer. Temos mesmo essa fraqueza. Queremos ser vistos como diferentes, escolhidos pelos deuses, líderes ou até por ET's.
Daí tantas lendas falando do "escolhido", dos cordeiros dos deuses, do "the one" ou sei lá mais do que.
Dai Marcelinho Carioca (um bad boy do futebol de sua época) levantar as mãos para o céu quando fazia o gol.
Dai também o "apóstolo" Hernandes falar de sua comunicação direta com o criador, quase exigindo 10% ou mais como obrigação para a obra de Deus - que por sinal não fala com qualquer um, só com ele.
Daí Charlie Sheen e seu "sangue de tigre": ator decadente e ainda assim um mestre em atrair um séquito ávido por algum tipo de mito com poderes sobrenaturais.
Já pra mim, Sheen "se encerra" em seu personagem do seriado 'Two and a Half Men'. Não passa dali.
Já Marcelinho e Hernandes... estão abaixo de qualquer crítica ou análise.

O ser humano carece de explicações para suas dúvidas. Isso na verdade me parece inato, e compulsório.
Porém, enredados pela busca da sobrevivência, muitos simplesmente viram autômatos singelos, obliterados "inocentes úteis" nas mãs dos mais espertos ou "beijados pela providência". Desprezam a pesquisa, o pensamento, a análise em busca de explicações plausíveis para as coisas.

Entendo que alguns necessitem de liderança. Nem todos são líderes... ou padres, ou pedreiros, ou médicos, ou whatsoever. Mas o líder deveria ser alguém cujas diretrizes e ações obedecem também ao mesmo crivo dos demais humanos. Afinal, quem seria esse ser hermético de carne e osso pra dizer-nos o que é melhor para nós?

Pesquisei alguns exemplos tristes dessa história de "o mestre mandou".
A propósito, da Wikipédia transcrevo uma bem triste:

O Templo dos Povos

Em 1954, Jones criou a sua própria igreja em uma área da cidade racialmente integrada. O culto recebeu vários nomes até adquirir a denominação definitiva de Peoples Temple Christian Church Full Gospel (Templo dos Povos), em 1959.
Através do Templo, Jim Jones adquiriu notoriedade e apoio político e da mídia em Indianópolis, contribuindo para por fim à segregação racial em departamentos públicos, restaurantes e hospitais. Em 1960, o prefeito democrata Charles Boswell o nomeou como diretor local da comissão de direitos humanos. No entanto, Boswell e Jones acabaram entrando em atrito quando o líder do Templo foi agredido em uma reunião do NAACP (National Association for the Advancement of Colored People).

Expansão da seita

Com seu trabalho estabelecido em Indianápolis, Jim Jones começou a buscar novas áreas para a expansão de sua seita.
Em 1959, Jim Jones viajou a Cuba após a derrubada do regime de Batista, mas sua tentativa de trazer afro-cubanos para Indiana resultou em fracasso. Em 1961, após prever um ataque nuclear iminente, Jim Jones transferiu-se com sua família para Belo Horizonte (rua maraba 203, bairro Santo Antônio), no Brasil, com a ideia de estabelecer um novo local para o Templo. Sem sucesso, transferiu-se em 1963 para o Rio de Janeiro, onde estudou a situação social das favelas cariocas e a mentalidade religiosa local.
Mas a necessidade de resolver conflitos internos na igreja em Indiana forçou Jones a retornar aos Estados Unidos (1965), passando no caminho de retorno pela então colônia britânica da Guiana.

A criação de Jonestown

Após denúncias motivadas pela deserção de oito jovens membros da igreja em 1973, o grupo dirigente do Templo se fechou em torno de Jones e sua liderança pessoal. A partir de então, relatos de ex-membros registram planos e simulações de suicídio coletivo.
Em 1974, o Templo arrendou uma gleba de terra na Guiana, junto à localidade de Port Kaituma, próximo à fronteira com a Venezuela. Ali Jones, com sua família, pretendia erguer o “Projeto Agrícola” do Templo dos Povos, formando a comunidade informalmente denominada de Jonestown. Os primeiros 50 residentes, transferidos da igreja em San Francisco, chegaram em 1977. No ano seguinte, já eram mais de 900 (dos quais 68% eram afro-americanos). Ao mesmo tempo em que o fisco público fechava o cerco contra a isenção de impostos usufruída pelo Templo, Jones se referia de forma hostil ao governo dos Estados Unidos como o Anticristo, em rápida marcha em direção ao fascismo, e ao capitalismo como o regime econômico do Anticristo.
Além disso, pesaram contra Jones acusações de sequestro de crianças de ex-integrantes que tinham abandonado o Templo. O próprio Jones foi acusado de manter sob sua custódia John Victor Stoen, filho biológico de Timothy Stoen, que deixara o Templo em 1977. Stoen apelou ao congressista democrata Leo Ryan, para apelar pela custódia do filho junto ao presidente guianense Forbes Burnham. Em novembro de 1978, o Congresso dos Estados Unidos autorizou uma viagem de Leo Ryan para a Guiana (com a assistência de repórteres da NBC) para investigar as acusações de sequestro movidas contra Jones, bem como informações de que os membros da comunidade em Jonestown viviam miseravelmente.
Outras denúncias incluíam: 1) ameaças físicas e morais aos membros da seita, separados de qualquer contato com suas famílias; 2) tortura psicológica, com privação de sono e de alimentos; 3) exigência de entrega de propriedades e 25% da renda de cada membro da seita; 4) interferências de Jones na escolha do casamento e na vida sexual dos casais; 5) isolamento das crianças em relação aos seus pais; 6) campanha constante junto à mídia para dar uma impressão favorável a Jones e ao Templo.

A tragédia

Ryan e sua comitiva foram recebidos calorosamente em Jonestown, em 17 de novembro de 1978, o que gerou um comentário positivo do congressista a respeito das condições de vida na comunidade isolada na floresta.
Porém, no dia seguinte, a deserção de alguns membros da comunidade (que quiseram se reunir ao retorno da comitiva) criou um clima de tensão no local. Jones concordou com a saída, denunciando os desertores como traidores, e à tarde, Ryan foi atingido por um ataque desferido com faca e teve que apressar a retirada de Jonestown. Ao chegar à pista de pouso do Port Kaituma, o avião que deveria levar Leo Ryan e sua comitiva foi alvejado pela guarda (“Brigada Vermelha”) que fazia a segurança de Jim Jones. Ryan, três repórteres e uma ex-integrante do culto de Jones foram mortos. Foi a única vez em que um congressista dos Estados Unidos foi assassinado no cumprimento do dever.

A última “noite branca”

Assim que chegou a notícia da morte de Ryan, à noite, Jones pôs em prática o suicídio em massa de toda a comunidade de Jonestown, para o qual já havia feito treinamento anteriormente (embora tenha dito que o veneno não era real) em reuniões chamadas de “noites brancas”. Os membros da comunidade foram induzidos a beber um composto líquido (na forma de suco de sabor uva), contendo potássio, cloreto de cianeto e substâncias sedativas. Os que eram pequenos demais receberam na boca ou através de seringas.
A cifra final de mortos chegou a 918, incluindo mais de 270 crianças e quatro que se suicidaram no escritório da seita em Georgetown. Mais de 400 corpos não identificados foram sepultados em Oakland (Califórnia).
Nem todos os integrantes da comunidade morreram na tragédia. No mínimo cinco membros conseguiram fugir ao cerco da guarda e fugir para a floresta durante o ritual de suicídio coletivo que durou, segundo essas testemunhas, cerca de 5 minutos.
O corpo de Jones foi encontrado junto ao pavilhão maior, com um tiro único na cabeça.

Simpatia da mídia e dos políticos

Ao contrário de outros grupos classificados como novos movimentos religiosos, o Templo dos Povos não sofreu uma crítica incisiva da mídia como algo que pudesse se tornar nocivo à sociedade.
As informações que a mídia veiculava sobre Jonestown sempre foram expostas no sentido de enaltecer o projeto como uma alternativa socialista e auto-suficiente, vetando informações sobre abusos e sequestros, bem como o vício de Jones em drogas. Até a tragédia de Jonestown, Jones contou com a simpatia da mídia liberal e de lideranças políticas de San Francisco. Jones apoiou decisivamente a eleição do prefeito George Moscone em 1975 e tinha relações próximas com Harvey Milk. Também manteve contatos com Walter Mondale, Rosalynn Carter, Willie Brown e a radical Angela Davis.

Ideias religiosas de Jones

As concepções religiosas de Jim Jones não se enquadram na visão ortodoxa da fé cristã. Jones compreendia o Evangelho como uma ação política radical, sem esperança no além, e sua liderança pessoal como um elemento acima de qualquer crítica dentro de sua igreja.
Apesar de ser chamado “Reverendo”, Jim Jones jamais foi ministro ordenado. Uma de suas prováveis influências religiosas foi o pregador M. J. Divine (1876-1965), que também dirigiu um movimento dirigido à comunidade afro-americana, no Harlem em Nova York. Pregações de Divine eram distribuídas aos membros do Templo, e as ideias dele sobre a adoção podem ter influenciado a Rainbow Family de Jones.
Jones era um adepto da cura pela fé, e via a si mesmo como um profeta, capaz de realizar milagres e com o dom da clarividência. Ao lado das reuniões de milagres para um grande número de pessoas (semelhantes as dos pentecostais desta época), Jones mantinha um constante serviço de assistência social aos mais pobres de sua comunidade. Cerca de metade dos integrantes do Templo em Indianápolis era de afro-americanos.
No decorrer de sua pregação mística, Jones afastou-se ainda mais do cristianismo tradicional e tornou aberto o seu “Socialismo apostólico” (conforme o texto de Atos dos Apóstolos 4:34-35, que Jones relacionou ao lema “de cada um conforme o seu trabalho, a cada um conforme a sua necessidade”, constante na Crítica ao Programa de Gotha, de Karl Marx). Jones afirmou ser a encarnação presente de diversos líderes religiosos ou políticos, como Jesus Cristo, Buda, Gandhi, Marx, Lenin e o próprio M. J. Divine.
No final dos anos 60, Jones já descrevia o cristianismo como uma religião fabulosa, e recusava a validade dos seus dogmas. A Bíblia era rejeitada como um manual escrito por brancos para justificar a sujeição das mulheres e a escravidão negra. O Paraíso não podia ser mais encontrado no além-túmulo e sim na existência terrena, através da luta pela igualdade.
Seus críticos (como Tim Reiterman, um dos sobreviventes de Port Kaituma) o descreveram como um ateu, que apenas dera uma roupagem religiosa ao comunismo político.
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Bem... voltando à vaca fria, cuidado ovelhas pastoreadas por qualquer pastor ou guru, seja político, religioso, filosófico, etc.
Pensar ainda é o melhor remédio. Salvadores da pátria montados em cavalos, nuvens ou  "no raio que o parta" não existem. São um engodo e podem acabar em fim trágico.

Quanto ao tal Mervin Roberts, acredito menos em "punição cósmica" ou praga de ex-mulher e mais nas "7 vidas do gato". Ai vai um recado pra ele:
- Sir Roberts, watch out! Você não tem mais nenhuma vida sobrando. Mais um raio... babau. Vê se para de sair de casa durante tempestades em Seneca pra guardar cortadores de grama ou alimentar galinhas.
Pelo amor de......... Benjamin Franklin!!!

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