segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Is there anybody in there?

Eu gosto de tênis, como já mencionei algumas vezes (http://strategosaristides.blogspot.com/2011/03/turbilhao.html). E embora a “múmia” tenha dito uma vez que “tênis é esporte da burguesia p…” para um desconhecido Leandro numa comunidade pobre do Rio "do Cabral", nunca acreditei em duendes, boitatás ou mulas-sem-cabeça. Que dirá em moluscos salvadores da pátria. Portanto, segui meu caminho e acabei por influenciar meu filho, que hoje não só ama o esporte como também quer se tornar profissional.
Evidente que entre essa escolha ou ser um politico ou “intelequitual” progressista engajado, a primeira sempre suplantaria a segunda sem a menor cerimônia. Aliás, parafraseando o guru e fazendo silogismo com uma frase do Voltaire, teríamos:
Premissa maior: se você agir sempre com dignidade, pode não melhorar o mundo, mas uma coisa é certa, haverá na Terra um canalha a menos”.[1]
Premissa menor: “O melhor governo é aquele em que há o menor número de homens inúteis”.[2]
Conclusão: "vá jogar tênis meu filho!"

Bem, hoje o cara tem 12. O acompanho - como não poderia deixar de ser - desde os 5, quando aquilo era só uma atividade lúdica de um garoto com uma raquete de alumínio (sua primeira raquete). Ai o tempo passou, vieram raquetes melhores, Wilson (duas), Wilson K Factor, Head, e o cara cresceu. E apareceu!!!

Fui vê-lo jogar um torneio nesse ultimo fim de semana. Saiu na semi. Mas isso não importa. O importante foi poder antever o futuro, imaginar o que pode acontecer depois. Eu sei, todo pai é coruja, e eu não fugiria à regra. Inconscientemente. Conscientemente, faço uma análise tão isenta quanto possível, na minha situação. Vi o cara abrir a "caixa de ferramentas" e disparar cruzadas de esquerda, paralelas, cruzadas de direita, bate pronto, slices, smashes, que só não me fizeram explodir de alegria e urrar um “arrebenta!!!” em respeito ao ritual de educação e silêncio das plateias do tênis. Caso fosse um jogo de futebol, teria explodido e gritado.
O cara tem 12… e tá jogando é muito!!! Sua evolução é evidente, agora em espaços de tempo ainda mais curtos. De um jogo para outro, nota-se uma evolução clara. É sempre outro jogando, um cara melhor que o anterior. Mente e técnica agora começaram a andar juntas. Antes o espaço entre uma e outra fazia com que seu nervosismo e insegurança inibissem sua melhor performance. Agora, esse espaço está muito menor. Em breve, não haverá mais espaço. Mente e técnica no mesmo nível. E ai??? Ai que ele será um só, completo… Sim, sempre em evolução, o aprendizado é infinito. Já disseram que “o maior inimigo do bom é o ótimo”. Mas o que quero dizer com isso é que ontem notei o nascimento de alguém novo. Alguém novo surgirá a cada jogo, provavelmente.
Um campeão.

Claro, vocês não precisam acreditar num pai "babão". A perspectiva paterna é sempre exagerada, tudo bem. Mas anote ai, só por via das dúvidas. Um dia, ZECA é o nome que estará precedido em algumas notícias sobre campeonatos de tênis.
Mais brasileiro que isso, tem não. Portanto, duas mensagens ao senhor squid, o arauto da burrice como virtude cívica:
(1)    Boa sorte na luta contra essa doença infeliz que insiste em dizimar-nos, ainda. Falo isso sabendo muito bem da dor e do receio. É o que desejo, francamente.
(2)    On the other hand, vá pra PQP com sua miopia desportiva e ideológica, e deixe o tênis fora dela. Senão, sugiro à "ele" (on a timely manner) para mudar de nacionalidade e ser campeão pela Argentina...
Tenho certeza de que eles não reclamariam.
_________________________________
[1] Millôr / J.F.K.
[2] Voltaire

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Notórios farsantes

Do 'Dicionário Irrefletido' do guru trago o seguinte:
Ideologia — Bitola estreita para orientar o pensamento. Não existe pensador católico. Não existe pensador marxista. Existe pensador. Preso a nada. Pensa, a todo risco. A ideologia leva à idolatria, à feitura e adoração de mitos. E, finalmente, ao boquete ideológico.
(...)
Uns festejam o consumo, esse mesmo execrado há pouco como um dos males capitais do capitalismo, "herança maldita" da Revolução Industrial e do liberalismo econômico profetizado por Adam Smith.
Na horda estão eles, exatamente eles, que sempre bateram quando não estavam lá, elucubrando teorias improváveis, exegeses inócuas, masturbações sociológicas de cátedras do próprio ego no espelho.
Falam até em 90 anos de tradição como reduto inexpugnável da ética e bondade. Contam até com o apoio de notáveis "notórios" em "ética e bondade" como Dirceus, Lulas, não menos inexpugnáveis - só pelo dinheiro e poder, não necessariamente nessa ordem. Nada com os 100 milhões de cadáveres... que não contam, não falam, mortos...
Já desisti de entender.
"Não consigo entender sua lógica..."
(...)
A hipocrisia é a práxis política. Na verdade, seu primado. Nesse círculo desvirtuoso de sempre inovar no cinismo, algumas imagens instigam-me instintos ancestrais. Até mataria.
Mas diferentemente deles, não pela cegueira da "moral revolucionária", espécie de salvo conduto ético, falsa panaceia universal para atrocidades, vigésima segunda condição dessa "catedral do avesso do pensamento humano".
Muito menos por supressão de provas ou testemunhas, paúra, impunidade.
Esganaria sim, mas não para calar o que fere, a verdade cortante, o monstro no espelho. Muito menos pela sufocação do inimigo.

Faria por raiva. Pueril. Infantil.
Raiva do engodo, do engano. Raiva da estultícia, do poder como legião exploradora dos tontos.
Mataria de raiva. Feito criança.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Inovação e confiança

Um amigo fazendo MBA me trouxe artigos do Clemente Nobrega[1] que versavam sobre 'inovação'. Seu ponto de vista, no mínimo insólito, motivou-nos uma discussão sobre o assunto. 

Como seu trabalho na pós era fazer uma resenha crítica acerca dos textos do autor, enviou-me, um dia após nossa conversa, sua brilhante conclusão.
Mas eu, afetado a emitir opiniões, tratei também de formalizar a minha. 

Vide abaixo os links (na sequência) para os textos do Nobrega. Em seguida, minha resenha.

Inovação, na presumida acepção da palavra nos textos, seria basicamente uma quebra ou mudança do “paradigma” negocial, que incluiria concepção, desenvolvimento, gestão e resultaria necessariamente na comercialização de novos (ou melhorados) produtos e/ou implementação de novos (ou melhorados) processos num contexto temporal bem definido.
Adendo: entenda-se ‘processos’ aqui numa extensão ampla que abrangeria processos de produção e/ou logística de bens ou serviços, técnicas, equipamentos ou software, métodos organizacionais de práticas de negócio, organização do trabalho e/ou relações externas e finalmente, métodos de marketing.
O conceito de inovação seria, portanto, usado no contexto de idéias e invenções, assim como sua consequente exploração econômica relacionada, sendo a inovação a invenção (física ou de novos processos) que chegaria ao mercado.

Evidente que o conceito vai além disso, não preso tão somente às novas tecnologias ou processos orientados a um mercado consumidor num determinado momento, onde aliás, nós sim, inevitavelmente presos em maior ou menor grau - como demonstrou o autor com algumas de suas estatísticas ao longo dos textos - ao trinômio reciprocidade-justiça-confiança.
Eu diria, todavia, que o trinômio é sim a base ética/moral/legal do liberalismo/capitalismo e economia de mercado, indiferente ao nível de inovação de um país, portanto. Todavia, inovações não são exclusividade de regimes capitalistas. 

Na antiga União Soviética, por exemplo, a despeito do grau de reciprocidade-justiça-confiança que por ventura pudesse ter sido medido num regime totalitário socialista - não cabe aqui alongar tal discussão que terminaria por corromper o objeto do artigo -, inovações na astronáutica (que o diga Gagarin) levaram o homem pela primeira vez ao espaço. E a terra era azul. 
Mas a corrida espacial com os US fora deflagrada em 1957, após o lançamento do primeiro satélite artificial da URSS, o Sputnik. Ora, confiança nada teve a ver com aquilo. Na verdade, tudo começara anos antes, após a segunda guerra mundial quando cientistas de foguetes alemães do pedigree de um Von Braun - posteriormente responsável pelo foguete Saturno V que levaria a Apolo 11 ao solo lunar - quase fizeram Hitler vencer a guerra com inovações bélicas como as bombas voadoras V2, que arrasaram a Inglaterra em 1944. 
Na partilha do butim, URSS e US levaram os engenheiros que trabalharam no desenvolvimento da V2 (tendo os US levado a melhor), e esses engenheiros foram a propulsão inovadora dos programas espacias dos respectivos países, se me permitem o trocadilho. O resto foi política/economia e o alvorecer da competição entre as duas potências/ideologias que culminaria com a guerra fria.

De Hitler e sua megalomania napoleônica globalista a Stálin/Khrushchev e Eisenhower/Kennedy, confiança teve “muito pouco” a ver com a inovação iniciada com a corrida espacial. 

No campo teórico, a equação de Dirac inovou a Física ao substituir a equação de Klein-Gordon (uma equação de segunda ordem nas derivadas temporais e espaciais) proposta para descrição de partículas elementares de spin-½, como o elétron, que apresentara severos problemas na definição de densidade de probabilidade. A equação de Dirac, sendo uma equação de primeira ordem, eliminou este tipo de inconveniente. Além disso, a equação introduziu teoricamente o conceito de antipartícula, confirmado experimentalmente pela descoberta em 1932 do pósitron, e mostrou também que o spin poderia ser deduzido facilmente da equação, ao invés de postulado. 

Indo mais longe, Marx revolucionou o pensamento humano com seu conceito de práxis revolucionária, Materialismo Histórico e Materialismo Dialético, mais-valia... culminados na Revolução Russa de 1917 e em tantas outras, seguidas depois. Se boas ou ruins, de cima de seus quase 100 milhões de cadáveres espalhados pela Rússia, Ucrânia, China, Camboja e mais... todos deitados pelo caminho, o leitor que decida. Novamente, confiança parece-me ter tido nada a ver com isso.

Portanto, o Nobrega parece partir de uma tese pre-concebida, buscar as hipóteses que a alimente e finalmente parte para a derradeira demonstração. Porém, ambas, hipóteses e demonstração, at that point, já contaminadas demais pelo processo de silogismo premeditado.

Eu cá, inconsequentemente, arrisco um diagnóstico diferente, que embora mais simples e óbvio, soa mais franco: inovação é o resultado da necessidade/desejo/demanda + criatividade e/ou genialidade direta ou indiretamente fomentada por educação/cultura + competitividade e/ou estímulo/investimento, representados aqui por pesos diferentes, ponderados, portanto, diferentemente na equação dependendo do ambiente sócio-cultural, político e da infra-estrutura disponível em cada país.

E embora na Dinamarca já exista uma rede all over the country para garantir o uso do carro elétrico sem a limitação da autonomia de 200 Km (foram criadas facilities para reposição das baterias e os carros estão equipados com alarme e GPS apontando quando e o lugar mais próximo para a troca, efetuada por robôs em menos de 2 min, btw), essa “inovação” seria fiasco certo no Brasil. Com ou sem confiança mútua e as regras da lei, diga-se de passagem!!!

Portanto, o “mantra” entoado pelo Nobrega parece-me mais aplicável ao mundo dos treinamentos corporativos, e embora a disseminação ideológica da idéia não seja de todo ruim - além de ser por si só inovação de um conceito na literatura negocial -, provavelmente não garantiria aumento de nosso nível de inovação... at all.

Se não é assim, por que diabos a Basiléia, na Suiça - onde definitivamente o trinômio citado é mister - apresentou-nos apenas Federer - um acima da média – como única inovação nos últimos anos?
_______________________________
[1] Clemente Nobrega, pesquisador de gestão e estratégia, autor de Empresas de Sucesso, Pessoas Infelizes?, entre outros livros, e do site clementenobrega.com.br

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Caminhos

Por um desses insights que aparecem como que por obra de fadas, duendes, ou pela mera consequência da combustão dos miolos depois de anos - "como com o milho da pipoca que divisei pela fresta da tampa quando criança, um grão amarelo transformado subitamente, após o estalido seguido do salto, naquela cabeleira louca, branca" - decidi que andaria o caminho. Não cabia mais em mim mesmo, no bairro, cidade, país, estático... A incinerante compulsão finalmente consumira as raízes e sentia-me como um balão de hélio, solto.
Não pensei em prazos nem como subsistiria durante todo o percurso, apenas juntei alguns poucos itens essenciais na mochila e sai, sem aviso. Tive o cuidado de parar no primeiro ATM para retirar o que a máquina permitisse, minha provisão inicial. O restante, bem... teria de me virar ao longo do caminho.
Caminhei da Grand-Place e passei pelo Menneke Pis uma vez mais, antes de tocar em direção à Bruxelles-Central station. De lá à Bruxelles-Midi e depois Paris.
Cheguei em Paris quase duas horas depois. Tinha fome, então da estação Gare du Nord tomei o metrô e fui aproveitar Paris por algumas horas. Linha 4 até a St-Denis e de lá a linha 9, até saltar na estação Trocadero. Atravessei a pé a Pont d'léna até a Eiffel, impoluta e emocionante não importando quantas vezes já a tivesse visto. Depois do Champ de Mars a École Militaire, de onde circundei pela esquerda até o Museu dos Inválidos quando toquei novamente em direção ao Sena pela esplanada. Tomei a direita na Voie Expresse Rive Gauche e caminhei até o Musée d'Orsay, ladeando o rio, de onde fui ao café no terceiro piso após uma rápida olhadela em Monet e numa exposição itinerante de Rodin. Desjejum com croissant, latte e de quebra um pedaço de tiramisù degustado do terraço com vista para o Sena, para o Louvre. Depois da insólita sobremesa durante o café da manhã, por que não vinho tinto? Tomei um Alicante Bouschet 2004 sei lá de qual vinícola. Gastei mais uma hora no terraço degustando o vinho, a vida, Paris do terraço, a antiga estação agora o Museu, tudo filtrado em meus pulmões naquele ar frio de Fevereiro, do terraço, depurado pelo Alicante que embora considerado pelos iniciados como casta inferior, para meu paladar e bolso remetia-me ao Alentejo, da França à Portugal pela viagem do buquê, da cor do tinto acentuado um pouco mais pelos raios tímidos da manhã vazando minha taça, do d'Orsay... no terraço.
Libertei-me então da ditadura sombria dos sentidos, da inibição, do medo, não sei bem se depois da terceira ou quarta taça.

Abri o mapa e decidi pelo caminho francês, St Jean-Pied-de-Port como ponto de partida. Viajaria para lá após minha efêmera reverência a Baco, naquele sarau individual no d'Orsay pela última vez.
"Irônico... festejei o Alentejo com um Alicante embora Baco tivesse sido o principal opositor dos heróis portugueses nos Lusíadas, de Camões."
A leve embriaguez dava-me mesmo a inconsequência libertária de misturar esquerda e direita, França com Portugal, Santiago de Compostela e a Estrada Real, Paris com Diamantina, tudo num átimo.
Decidi também que jamais escreveria um "Diário de um Mago" após a viagem. Menos por desejo e mais por incompetência. Afinal, nunca fizera ventar ou chover, não vira luzes azuladas como materialização de sentimentos, nunca tivera nem seguira mestres. Na verdade uns poucos, mas nenhum líder de seita ou confraria, igreja, partido. Ao invés disso, autores de grandes sertões, guaianãs, de crimes e castigos, de guerra e paz. Alguns grandes mentecaptos, como eu e o vinho. Tudo parte da divina comédia da qual éramos apenas atores vestindo máscaras, "como dissera Erasmo de Roterdã no Elogio da Loucura", ou consequências de reflexões de um século esquecido.
Peanuts...
Apenas livros. Ensinaram-me, todavia, uma outra forma de mágica: a palavra.
Outra decisão foi que o caminho terminaria onde tudo começara, na Definitiva, passando pela Estrada Real partindo da Serra do Cipó até Diamantina.
Veria de novo a terra vermelha, os pequis, pequizeiros, talvez não mais os marmelos nem os rios e córregos, mas eucaliptos das energéticas poluindo a visão por quilômetros, a despeito de uma boa quitanda ainda poder ser encontrada numa clareira, aqui e ali nas pequenas vendas de beira de estrada.

Do Caminho de Santiago ao Vale, a Estrada Real, meu caminho até a Definitiva, a estrada...
Aquela minha estrada.



quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Curiosidade histórica

Do blog do Villa, trago curiosidade histórica digna de registro.

O historiador Marco Antônio Villa, que lança esta semana o livro A história das constituições brasileiras – 200 anos de luta contra o arbítrio (LeYa Brasil), respondendo pergunta durante entrevista do Ig Poder Online:

"Poder Online – O senhor acredita que existe uma relação entre o arcabouço jurídico e a atual crise no Judiciário?

Marco Antônio Villa – O último capítulo do livro, o oitavo, trata do Supremo Tribunal Federal. Mostro o desencontro permanente entre o Supremo e as liberdades. Desde a sua criação, ele tentou ser o guardião da Constituição, mas nunca o foi. Eu fiz questão de mostrar a questão histórica do Supremo. Mostrar, por exemplo, como a ditadura militar, em janeiro de 1969, cassou três ministros brilhantes do Supremo: Victor Nunes Leal, Hermes Lima e Evandro Lins e Silva. Naquela época, o Supremo tinha 16 ministros. O regime militar tinha ampliado de 11 para 16. Quando veio a cassação, eles receberam a solidariedade de dois ministros. Um renunciou e outro se aposentou. Os outros 11 se mantiveram em silêncio e o regime militar decidiu, então, deixar os 11 mesmo. O silêncio venceu. O Supremo sempre se omitiu. Eu espero tudo do Supremo, mas Justiça é algo que eu não espero. O problema é que a República no Brasil só foi anunciada em 1889, mas até hoje não foi proclamada. As nossas constituições foram, em grande parte, uma verdadeira farsa. Os direitos individuais e as liberdades foram sempre deixados de lado."
(Fonte: http://www.marcovilla.com.br/2011/10/entrevista-para-o-ig-poder-online.html)

"O silêncio venceu".
Essa é pra pensar na cama...

Extra!!!Extra!!! Darth Vader do Maranhão não é o verdadeiro pai de Luke Skywalker

Do UOL (http://www1.folha.uol.com.br/poder/988299-para-sarney-privilegios-a-congressistas-homenageiam-democracia.shtml):
'O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), rebateu as críticas que recebeu por usar um helicóptero do governo do Maranhão para viagens particulares e reafirmou que tem "direito" a esse tipo de transporte.
Em agosto, a Folha revelou que o senador se deslocava a sua ilha particular no Maranhão em um helicóptero da Polícia Militar do Estado, governado por sua filha, Roseana Sarney (PMDB).
"Quando esses privilégios foram criados, o objetivo era que os deputados fossem livres e seus salários não os fizessem miseráveis, dependentes dos presidentes", disse Sarney ao jornal "Zero Hora", do Rio Grande do Sul.
E continuou: "Quando a legislação diz que o presidente do Congresso tem direito a transporte de representação, estamos homenageando a democracia, cumprindo a liturgia das instituições".
O senador também foi questionado pelo jornal sobre o show da banda Capital Inicial no Rock in Rio, em que o vocalista dedicou ao político a música "Que País é Esse" e foi apoiado pelo público. Sarney disse que considerou a crítica injusta e que o rock "tem o DNA da contestação".'

Como diria o Olavo, não encontro em meu catálogo de palavrões grosseria suficiente para traduzir o tamanho de minha indignação.
Porém, como tenho compulsão por buscar explicações para as coisas, começo citando (1) Anderson Lago em trecho retirado do livro 'Honoráveis Bandidos - Um retrato do Brasil na era Sarney' [São Paulo : Geração Editorial, 2010] do Palmério Dória e (2) o recorrente  Russell e seu livro 'Ensaios Céticos':
(1) "O pai não era um fazendeiro abastado, empresário, não era porra nenhuma. Nunca tiveram nada. Nunca acertaram nem no jogo do bicho. Sarney não tem como explicar a fortuna que tem. Ele mesmo contou, quando presidente da República, na inauguração do Fórum Sarney Costa, que o pai teve que vender sua máquina de escrever para mantê-lo por uns tempos."
(2)Ajudei certa vez duas garotinhas estonianas que quase morreram de fome durante uma grande crise. Elas ficaram vivendo com minha família e, é claro, tiveram bastante para comer. Mas gastavam todo o seu tempo livre visitando as fazendas vizinhas e roubando batatas, que escondiam. Rockfeller, que na infância experimentou grande pobreza, passou a vida adulta de maneira similar.”

Poderia também citar Monteiro Lobato (Histórias de Tia Nastácia) XVIII – A Cumbuca de Ouro, isso em parte explicaria porque a máxima do povo "quanto mais rico mais ridico" cabe ipsis litteris no caráter do Al Capone do Brejal, mas prefiro acreditar na tese da pobreza como "trauma" indelével, traço "imexível"(*) edificador do caráter (ou falta de) do carcamano. Dai ele estar sempre "roubando e escondendo batatas", mesmo a mil anos-luz de qualquer crise financeira ou ameaça de privação, mesmo sem precisar das batatas pra matar a fome (lembrem-se do auxílio moradia que ainda percebia mesmo vivendo em sua pequena mansão em Brasília, depois de todos os anos de DF e Congresso).

Seus patrícios em São Luís sabem bem onde mora o "dono do mar".
Aliás, do livro do Palmério trago outro trecho interessante:
'Nascido em 24 de abril de 1930, pouco antes da revolução modernizadora liderada por Getúlio Vargas, Sarney Filho cursou direito e iniciou-se na política estudantil na década de 1950. O pai arranja-lhe o primeiro emprego, secretário do Tribunal de Justiça. Nessa época, os processos eram distribuídos por sorteio. Colocavam os nomes dos desembargadores numa caixinha e o secretário do Tribunal era quem sorteava o relator de cada processo. Seus primeiros "negócios" foram feitos nessa caixinha. O desembargador que ele "sorteava" era sempre aquele que resolveria o caso conforme sua conveniência.
Anderson Lago narra a história de certo engenheiro italiano que havia construído a fortaleza de Dien Bien Phu, no Vietnã, e para cá veio tocar a construção do porto de Itaqui, perto de São Luís - por onde meio século depois sairia o minério de Carajás e outras mil riquezas do Brasil. Seguiu uma demanda judicial contra a empresa do italiano. No último julgamento, que a empresa perderia e, por isso, quebraria, descendo a escadaria do Tribunal, o italiano, referindo-se a Sarney, comentou com seus advogados:
"Se Al Capone estivesse vivo e aqui estivesse, diante desse rapaz de bigodinho seria um mero aprendiz". ' (2010, 2a ed., p. 24, 25)
(...)
A hipocrisia é o ato de fingir ter crenças, virtudes, ideias e sentimentos que a pessoa na verdade não possui. A palavra deriva do latim hypocrisis e do grego hupokrisis ambos significando a representação de um ator, atuação, fingimento (no sentido artístico). Essa palavra passou, mais tarde, a designar moralmente pessoas que representam, que fingem comportamentos.
Hipocrisia é portanto a pretensão ou fingimento de ser o que não é. Hipócrita é uma transcrição do vocábulo grego hypokrites. Os atores gregos usavam máscaras de acordo com o papel que representavam numa peça teatral. É daí que o termo hipócrita designa alguém que oculta a realidade atrás de uma máscara de aparência. (Fonte: Wikipédia)

Sir Ney é, portanto, pelo menos para nós, brasileiros, o "melhor" ator do mundo.
Mas desde que "a hipocrisia é a homenagem que o vício presta à virtude"[1] e "o cinismo a afirmação ostensiva do vício como virtude"[2], o "escritor" autista maranhense é provavelmente, sem ressalvas, também o homem mais desonesto do planeta. Nem Al ousou tanto, por tanto tempo e com tamanha destreza e imunidade.
E se é imortal da Academia (mais por malabarismo político ou herança da ceva militar nos tempos de ARENA e PDS), continua um escritor tão medíocre que não mereceria referência. Ao contrário, referencio Millôr e seu 'Sarney e o Brejal dos Guajas', esse sim digno de leitura e garantia de boas risadas.

Diria squid, de quem ficou "amiguinho": "Sarney não é um homem comum..."

Não é mesmo! Na verdade, é um dos maiores fdp da "história destepaiz", além de ameaça constante à literatura.
E o miserável nem foi capaz de parir um Luke Skywalker ou uma princesa Leia, ao invés disso, deu-nos foi um Fernando e uma Roseana, mais dois "jedais" do lado escuro da força, além de marimbondos de fogo e o infame brejal, menos "livros", mais de seu peculiar modo de fazer política.
___________________________________
(*) "Neologismo" inventado por Antônio Rogério Magri durante sua estapafúrdia participação como Ministro do Trabalho no Governo Collor.
[1] François duc de la Rochefoucauld
[2] Olavo de Carvalho

sábado, 8 de outubro de 2011

Analfabetismo Funcional

Para entender o fosso que separa o brasileiro do senso crítico (um abismo semelhante ao que separa Sir Ney da literatura), passamos necessariamente pelo analfabetismo funcional. Levando-se em conta a falta de hábito e interesse do brasileiro pela leitura, e estudo - algo que nos últimos anos transmutou-se mesmo em "aversão plena" -, é fácil deduzir explicação para a eleição continuada dessa classe política nefasta e a manipulação descarada das "massas" pelos grupos de poder e interesse.
Adicionalmente, fica fácil entender o deslocamento das discussões dos verdadeiros problemas sociais para banalidades de toda sorte, como se tudo o que realmente importasse fosse dinheiro, status, posses. Pior: muitos afirmarão indignados "SIM, é tudo o que importa". Isso parece mesmo ter se transformado em "virtude cívica". Pior para nós, para nossos filhos e gerações futuras.
Ai, cito novamente Chomsky (Obs.: não sou discípulo do homem, só concordo com a formalização da estratégia da distração) e a primeira das '10 estratégias de manipulação através da mídia'.
ESTRATÉGIA DA DISTRAÇÃO.
O elemento primordial do controle social é a estratégia da distração que consiste em desviar a atenção do público dos problemas importantes e das mudanças decididas pelas elites políticas e econômicas, mediante a técnica do dilúvio ou inundações de contínuas distrações e de informações insignificantes. A estratégia da distração é igualmente indispensável para impedir ao público de interessar-se pelos conhecimentos essenciais, na área da ciência, da economia, da psicologia, da neurobiologia e da cibernética. “Manter a atenção do público distraída, longe dos verdadeiros problemas sociais, cativada por temas sem importância real. Manter o público ocupado, ocupado, ocupado, sem nenhum tempo para pensar; de volta à fazenda como os outros animais (citação do texto ‘Armas silenciosas para guerras tranqüilas’)”.

Da Wikipédia:
'Analfabeto funcional é a denominação dada à pessoa que, mesmo com a capacidade de decodificar minimamente as letras, geralmente frases, sentenças, textos curtos e os números, não desenvolve a habilidade de interpretação de textos e de fazer as operações matemáticas. Também é definido como analfabeto funcional o individuo maior de quinze anos e que possui escolaridade inferior a quatro anos, embora essa definição não seja muito precisa, que existem analfabetos funcionais com nível superior de escolaridade.

Níveis de alfabetização funcional

Existem três níveis distintos de alfabetização funcional, a saber:
  • Nível 1, também conhecido como alfabetização rudimentar, compreende aqueles que apenas conseguem ler e compreender títulos de textos e frases curtas; e apesar de saber contar, têm dificuldades com a compreensão de números grandes e em fazer as operações aritméticas básicas.
  • Nível 2, também conhecido como alfabetização básica, compreende aqueles que conseguem ler textos curtos, mas só conseguem extrair informações esparsas no texto e não conseguem tirar uma conclusão a respeito do mesmo; e também conseguem entender números grandes, conseguem realizar as operações aritméticas básicas, entretanto sentem dificuldades quando é exigida uma maior quantidade de cálculos, ou em operações matemáticas mais complexas.
  • Nível 3, também conhecido como alfabetização plena, compreende aqueles que detêm pleno domínio da leitura, escrita, dos números e das operações matemáticas (das mais básicas às mais complexas).

O problema do analfabetismo funcional no Brasil



Segundo dados de 2005 do IBOPE, no Brasil o analfabetismo funcional atinge cerca de 68% da população (30% no nível 1 e 38% no nível 2). Somados esses 68% de analfabetos funcionais com os 7% da população que é totalmente analfabeta, resulta que 75% da população não possui o domínio pleno da leitura, da escrita e das operações matemáticas, ou seja, apenas 1 de cada 4 brasileiros (25% da população) são plenamente alfabetizadas, isto é, estão no nível 3 de alfabetização funcional. Esses índices tão altos de analfabetismo funcional no Brasil devem-se à baixa qualidade dos sistemas de ensino público, à falta de infraestrutura das instituições de ensino (principalmente as públicas) e à falta de hábito e interesse de leitura do brasileiro. Em alguns países desenvolvidos e/ou com um sistema educacional mais eficiente, esse índice é inferior a 10%, como na Suécia, por exemplo.'
__________________________________________________
Aqui alguns links onde tais informações podem ser confrontadas:
http://noticias.terra.com.br/brasil/interna/0,,OI659284-EI994,00.html
http://www.educacional.com.br/noticias/noticiaseduc.asp?id=226926
http://www.ipm.org.br/ipmb_pagina.php?mpg=4.01.00.00.00&ver=por
http://www.ipm.org.br/ipmb_pagina.php?mpg=4.02.00.01.00&ver=por&ver=por

75% da população brasileira, conforme dados de 2005, é analfabeta:
- 68% de analfabetos funcionais;
- 7% de analfabetos.

(...)

Já fui chamado de "viajante", e mais recentemente - numa alusão definitivamente equivocada à Shakespeare - de Hamlet. Tenho autocrítica: a distância da última "pecha" com a realidade é diretamente proporcional ao insulto feito a Shakespeare e Hamlet. O abismo é do mesmo tamanho do analfabetismo funcional no Brasil. Não sou nada e disso sei muito bem!
Já a primeira pecha... vá lá. Prefiro mesmo fechar os olhos e "viajar" com o meu complexo de Walter Mitty ou ser acossado pela Síndrome de Charles Bonnet, ao contrário.

Como tenho sofrido puxões de orelha, "correções" de português, de estilo, exatamente dessa turma "avalizada" cujo conhecimento literário/filosófico foi pavimentado provavelmente pela leitura da biografia de algum famoso ou por livros de auto-ajuda, deixo uma provocação:
No teatro do teatro da vida é que sabemos se os fantasmas disseram mesmo a verdade ou não.
Entendeu? ...
___________________________________________
Gravura #1: Horácio, Hamlet, e o Fantasma (Artista: Henry Fuseli 1798)
Gravura #2: Onde o desmascaramento de Cláudio é atingido através de um recurso singular: o teatro no teatro. (Artista: Maclise)

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Terra do Nunca ou País das Maravilhas?

O Brasil é mesmo o novo "país das maravilhas".
Considerando-se que Lewis Carroll inaugurou com "Alice in Wonderland" a literatura nonsense, faz certo sentido. Afinal, não parece-lhe mesmo disparatada, sem nexo nossa realidade?
  1. O grito das "minorias" patrulhando/desqualificando/enxotando a maioria.
  2. A "soberania nacional" garantida por (i)squid e por (ii)Dilma :
    • (i) no caso "Battisti" e na diplomacia 69 de chutar os EUA e a Europa capitalista e babar em Armadinejad, Chávez, Morales, etc.; 
    • (ii) na ONU, com saliva e puxões de orelha + lições de mobral (para os EUA e Europa de novo) de como criar um paraíso aqui, no terceiro mundo.
    _____________________________________

    1. A tese ai é simples: combater o preconceito com mais preconceito, a burrice com mais burrice. Como? Censurando. Estratégia: desde que usado apenas contra adversários, preconceito "pooode..." como diria a dra Lorca (Fabiana Karla), nutricionista de um antigo quadro do Zorra Total (quadro, aliás, que teve liminar de suspensão de exibição pedida pelo Conselho Regional de Nutricionistas (CRN) do Rio de Janeiro em 2008, negada pelo TRF. Consulte: http://trf-02.jusbrasil.com.br/noticias/120398/negada-liminar-para-suspender-quadro-da-dra-lorca-do-zorra-total).
    Agora há nova tentativa de coação do humor e a vítima é outro quadro do mesmo programa (que diga-se de passagem, NUNCA achei muito engraçado). A bola da vez é o quadro 'Metrô do Brasil', na vez da 'Valéria e Janete'. A Secretaria de Assuntos da Mulher do Sindicato dos Metroviários de São Paulo afirma que a atração é um incentivo ao assédio sexual, já que mostra no final dos seus episódios um homem encostando e abusando de Janete. 'Secretaria de Assuntos da Mulher do Sindicato dos Metroviários' ??? WFT?

    Isso é esquerdopatia e revanchismo travestido... (opa, travestido não!) imbuído de suposto bom-causismo "marketado" ainda mais por gente como Marta Suplício, Maria do Rosário e o escambau de militâncias acéfalas que andam se trombando por ai. Como side effect, Preta Gil, Bolsonaro, skinheads, punks, etc. - nem todos do mesmo lado da turba, claro - acharam espaço para brilhar também.
    Pra mim é tudo "badauê". Cadê o óstraco???
    Nem na ditadura.
    Em entrevista quase "recente" Jaguar revelou que ao receber naquela época telefonema de Brasília dizendo que a censura acabara, vaticinou:
    "- Tamu fu..." - o que seria do humor sem aquela censura burra, oficial, fardada?
    Acabou o Pasquim.
    Já Jaguar e Ziraldo tiveram em 2008 direito a indenizações de R$ 1.027.383,29 e R$ 1.000.253,24 respectivamente, além de prestação mensal permanente e contínua de R$ 4.375,88 cada um. Vide aqui: http://oglobo.globo.com/pais/mat/2008/04/04/anistia_ziraldo_jaguar_vao_receber_indenizacao_pensao_mensal-426702935.asp.

    Bom, a censura continua agora, só que mais "inteligente", ardilosa, laqueada de causa nobre e seguindo a liturgia esquerdinha dos sindicatos, ONGs, "movimentos sociais" e o raio que o ParTa. Peleguismo puro, só que pintado de “bem comum” para enganar trouxas mal informados que não leem m... nenhuma.
    Camaradas... é censura mesmo p...
    Vamos deixar de eufemismos! Ando até com "medo" de dizer aqui (enquanto não instituem a "homoafetividade" como obrigatória porque quando o fizerem, juro que me mudo pra Timbuktu) que permaneço hetero, que gostei do comercial da Gisele Bündchen de lingerie e que a escatologia esquerdopática pra mim é uma mistura de miopia, burrice, radicalismo, fanatismo e "viadagem".
    Com a primeira e última afirmativas seria “excomungado” como homofóbico e conservador. Com a segunda, "frito" como machista pelas "feministas" e/ou senadoras e deputadas engajadas. Já para a última, os jargões de sempre: reacionário, fascista, direitista, burguês... avalizados pelos argumentos PTlosóficos da Marilena. Ah... vocês sabem.

    2. Do outro lado, a soberania vai para as p... quando o assunto for com a FIFA e/ou patrocinadores.
    Esses levaram(ão) todas: "flexibilização" das leis (o estatuto do torcedor/Lei 10.671/03 sancionado por squid em 2003 e a meia entrada dos estudantes estão a mercê do "relativismo legal" em voga e poderão ir para o espaço durante a copa), feriado nos dias de jogos e o zaralho.

    No fim, atenção: em breve o novo dicionário progressista de novafala.
    • Corrupção é malfeito.
    • Censura é “marco regulador da comunicação social - ordenamento jurídico que amplie (???) as possibilidades de livre expressão de pensamento e assegure o amplo acesso da população a todos os meios“.
    • Lobby é "consultoria".
    • Clientelismo: coalizão.
    • Honestidade é moralismo ou... “moralismo udenista”.
    • Mentira é… verdade.
    • "Intelequitual" é intelectual.
    • Ignorância é inteligência.
    • Astúcia/ardil é genialidade.
    Eu adicionaria ainda mais um verbete e duas ou três observações:
    • Wonderland aqui tá mais pra Neverland.
    Obs.: tirem as crianças da sala ou chamem de volta a Alice, o White Rabbit, o Mad Hatter e o Gato de Cheshire, porque o Down the Rabitt-Hole aqui é mais embaixo e o rancho Neverland foi vendido em 2008 depois de enorme dívida com hipoteca e acusações de pedofilia contra o Peter Pan rei do pop.
    Ademais, o "Alice no País das Maravilhas" original foi escrito por um matemático, e embora o livro fosse cheio do antropomorfismo (Luis Inácio é conhecido como lula e já foi chamado de anta, dentre outros bichos) usado como artifício dos contos morais (Carroll dizia que "Tudo tem uma moral: é só encontrá-la"), no nosso "pais das maravilhas" moral é coisa de reacionário, e de matemática os autores do "país" só sabem mesmo é multiplicar seu patrimônio pessoal.

    domingo, 2 de outubro de 2011

    LMAO - "Laughing My Ass Off"

    Well, first I thought on asking authorization to the author to translate into portuguese his last post before I share it here, but at the end... hell, a good translation is more than knowing a bit of english.
    So, here it is as is in his blog, without loosing the power of his sharp irony and sarcasm, at least till I have skills enough to translate things keeping the author's style (it's not a bad idea, btw. Guess I'll start making some attempts).
    ___________________________________

    Evacuation Desparation  

    28 September, 2011

    At work, we are in the middle of a critical (to me…) stage in the project – training development. It’s now the training team’s time to shine, and because all of the prior activities (build, data loading, testing) have over-run their time, we’re being really squeezed on how much time we have left to deliver everything they made us promise we would have done by now. So it’s long hours, unrealistic deadlines, and frayed tempers. Luckily this is all old hat to a seasoned project resource such as myself, so this is the perfect time to put into play the skills I have honed through 20 years of consulting. Not my grace under pressure, my can-do attitude, or my unflappable, results-driven mindset, but my superior bowel control.
    Times like these, you just need to knuckle down and get the work done, with the minimum amount of distraction. And things like bathroom breaks (along with eating and sleeping) are just distractions. Some days, when I’ve had back-to-back conference calls, or an ‘urgent’ request for stats from my boss, I’ve sat down at 8am and not lifted a cheek until mid-afternoon. Which is no mean feat considering my standard breakfast of a large coffee and a 12oz Red Bull chaser. Sure, my body tells me I need to go, but then my boss calls up to chase the day’s worth of work that he only asked for an hour ago, or one of my developers someone does something stupid that I need to fix for them, and I never manage to get away from my desk.
    Which means that when I finally bow to my biological break-in, I really need to go. And when I find that the nearest commode to my desk is occupied, a ‘comfort break’ rapidly turns into a discomfort break. And for some reason, that happens more frequently than I care for. Probably because my building is severely lacking in suitable conveniences. My floor has a couple of hundred people on it, and a total of three sit-down toilets for the entire floor (and those strategically placed on three of the four corners of the square building, for maximum inconvenience). Admittedly not everyone on the floor uses the little boy’s room at the same time – although given that we all eat lunch at around the same time, some degree of ‘bottlenecking’ is to be expected – but only three? It’s hardly adequate, is it? Hell, we have more microwaves on our floor than men’s ‘comfort stations’ (by a ratio of 4:3). Think about it – if you have more facilities for getting food into people (and I’m ignoring the 2 fridges and a candy machine) than you have facilities for getting it out of them again, something’s gotta give. And I don’t want it to be my pants.
    So last week I attempted to sneak in a quick two minute break inbetween conference calls, and headed down to the basement, where the men’s powder room has a full eight cubicles, to avoid possible congestion on my own floor. Unfortunately, when I got there, it was roped off, with a “Closed for Servicing” sign pinned to the door. This could mean just routine cleaning (which it needs twice a day as the people down there are just pigs), or could mean that some slack-arsed idiot has tried flushing his manpon and backed up the drains again. Either way, I had to head back to my own floor, but then discovered that all three of the cans there were already occupied. I guess I could have just hopped from foot to foot outside the door of one of them, waiting for the occupant to finish their business, but if you do that you run the risk of looking as though you make a habit of hanging around mens’ restrooms, and then you have to dance around the person coming out, whilst trying not to make eye contact (’cause men don’t need to acknowledge that other men poop). Also, you run the risk of it being your boss coming out of the cubicle, and you can’t go in after that, because if they’ve left a mess you won’t be able to treat them the same ever again. Viz: “Dirk, this report is atrocious”, “Yeah, but you splattered all up the back of the bowl, so let’s just call it even, eh?”. See? it just doesn’t work. Even if you don’t say it, you’ll still think it…
    So to avoid falling foul of any kind of restroom social etiquette, I had to resort to speed-walking my way from corner to corner of the building with my butt-cheeks clenched (which did at least garner me an appreciative glance from one of the gay dudes in the office), and with an increasingly-panicked look on my face, looking for an unoccupied WC. I was on the verge of just going in the women’s (hey, you want equality…) when the cleaners finally came out of my regular spot on my third fly-by, and I managed to get in and sat down before I embarrassed myself further. It was a close call, for sure. Especially as I’m currently subsisting on a diet of nothing but Ashoka-brand microwavable curries. (Mmmm, convenience curry…)
    And its not just me who apparently has trouble finding an open throne when they need one. A while back someone in our office block was so desperate to drop the kids off at the pool that, upon finding all of the commodes occupied, he simply dropped his pants and took a dump in the urinal! I shit you not! I didn’t actually see it myself, but I had it on very good authority – from a Belgian, and you know they aren’t easily phased, what with their unisex toilets and their ‘the ladies is through the gents’ approach to toiletry – who saw the offending poop himself. By the time I got there, the entire restroom had been cordoned off, and Building Services were milling around with bemused looks on their faces, barking into their walkie-talkies about an “incident” on the first floor. I don’t think they ever did find out who dropped the offending log, but they probably weren’t really looking too hard. Admittedly, dusting for fingerprints probably wouldn’t have revealed too much, but I’m sure you can tell which butt a poop was squeezed out of by applying some basic ballistic theory – I’m guessing that a person’s unique collection of haemmorhoids, warts and fissures leave the same kind of ‘rifling’ grooves as the barrel of a gun does on a bullet. Just takes a little research is all. They’ve already had a urine sample off me, so a plaster-cast of my chocolate starfish isn’t really any more of an imposition…
    Anyway, it was an uncomfortable moment, and I don’t really want to repeat it in a hurry. So I’m going to recommend that, in future, project management issues Depends (adult diapers) to everyone, so that you don’t even have to get up out of your seat for the entire day. Sure, it means that you’re sat in your own excrement for half the day, but as the average project here feels like you’re wading neck deep in the stuff anyway, it’s not that unpalatable…

    From Dirk on http://www.planetmanuel.com/dirk/?p=359.