quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Extra!!!Extra!!! Darth Vader do Maranhão não é o verdadeiro pai de Luke Skywalker

Do UOL (http://www1.folha.uol.com.br/poder/988299-para-sarney-privilegios-a-congressistas-homenageiam-democracia.shtml):
'O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), rebateu as críticas que recebeu por usar um helicóptero do governo do Maranhão para viagens particulares e reafirmou que tem "direito" a esse tipo de transporte.
Em agosto, a Folha revelou que o senador se deslocava a sua ilha particular no Maranhão em um helicóptero da Polícia Militar do Estado, governado por sua filha, Roseana Sarney (PMDB).
"Quando esses privilégios foram criados, o objetivo era que os deputados fossem livres e seus salários não os fizessem miseráveis, dependentes dos presidentes", disse Sarney ao jornal "Zero Hora", do Rio Grande do Sul.
E continuou: "Quando a legislação diz que o presidente do Congresso tem direito a transporte de representação, estamos homenageando a democracia, cumprindo a liturgia das instituições".
O senador também foi questionado pelo jornal sobre o show da banda Capital Inicial no Rock in Rio, em que o vocalista dedicou ao político a música "Que País é Esse" e foi apoiado pelo público. Sarney disse que considerou a crítica injusta e que o rock "tem o DNA da contestação".'

Como diria o Olavo, não encontro em meu catálogo de palavrões grosseria suficiente para traduzir o tamanho de minha indignação.
Porém, como tenho compulsão por buscar explicações para as coisas, começo citando (1) Anderson Lago em trecho retirado do livro 'Honoráveis Bandidos - Um retrato do Brasil na era Sarney' [São Paulo : Geração Editorial, 2010] do Palmério Dória e (2) o recorrente  Russell e seu livro 'Ensaios Céticos':
(1) "O pai não era um fazendeiro abastado, empresário, não era porra nenhuma. Nunca tiveram nada. Nunca acertaram nem no jogo do bicho. Sarney não tem como explicar a fortuna que tem. Ele mesmo contou, quando presidente da República, na inauguração do Fórum Sarney Costa, que o pai teve que vender sua máquina de escrever para mantê-lo por uns tempos."
(2)Ajudei certa vez duas garotinhas estonianas que quase morreram de fome durante uma grande crise. Elas ficaram vivendo com minha família e, é claro, tiveram bastante para comer. Mas gastavam todo o seu tempo livre visitando as fazendas vizinhas e roubando batatas, que escondiam. Rockfeller, que na infância experimentou grande pobreza, passou a vida adulta de maneira similar.”

Poderia também citar Monteiro Lobato (Histórias de Tia Nastácia) XVIII – A Cumbuca de Ouro, isso em parte explicaria porque a máxima do povo "quanto mais rico mais ridico" cabe ipsis litteris no caráter do Al Capone do Brejal, mas prefiro acreditar na tese da pobreza como "trauma" indelével, traço "imexível"(*) edificador do caráter (ou falta de) do carcamano. Dai ele estar sempre "roubando e escondendo batatas", mesmo a mil anos-luz de qualquer crise financeira ou ameaça de privação, mesmo sem precisar das batatas pra matar a fome (lembrem-se do auxílio moradia que ainda percebia mesmo vivendo em sua pequena mansão em Brasília, depois de todos os anos de DF e Congresso).

Seus patrícios em São Luís sabem bem onde mora o "dono do mar".
Aliás, do livro do Palmério trago outro trecho interessante:
'Nascido em 24 de abril de 1930, pouco antes da revolução modernizadora liderada por Getúlio Vargas, Sarney Filho cursou direito e iniciou-se na política estudantil na década de 1950. O pai arranja-lhe o primeiro emprego, secretário do Tribunal de Justiça. Nessa época, os processos eram distribuídos por sorteio. Colocavam os nomes dos desembargadores numa caixinha e o secretário do Tribunal era quem sorteava o relator de cada processo. Seus primeiros "negócios" foram feitos nessa caixinha. O desembargador que ele "sorteava" era sempre aquele que resolveria o caso conforme sua conveniência.
Anderson Lago narra a história de certo engenheiro italiano que havia construído a fortaleza de Dien Bien Phu, no Vietnã, e para cá veio tocar a construção do porto de Itaqui, perto de São Luís - por onde meio século depois sairia o minério de Carajás e outras mil riquezas do Brasil. Seguiu uma demanda judicial contra a empresa do italiano. No último julgamento, que a empresa perderia e, por isso, quebraria, descendo a escadaria do Tribunal, o italiano, referindo-se a Sarney, comentou com seus advogados:
"Se Al Capone estivesse vivo e aqui estivesse, diante desse rapaz de bigodinho seria um mero aprendiz". ' (2010, 2a ed., p. 24, 25)
(...)
A hipocrisia é o ato de fingir ter crenças, virtudes, ideias e sentimentos que a pessoa na verdade não possui. A palavra deriva do latim hypocrisis e do grego hupokrisis ambos significando a representação de um ator, atuação, fingimento (no sentido artístico). Essa palavra passou, mais tarde, a designar moralmente pessoas que representam, que fingem comportamentos.
Hipocrisia é portanto a pretensão ou fingimento de ser o que não é. Hipócrita é uma transcrição do vocábulo grego hypokrites. Os atores gregos usavam máscaras de acordo com o papel que representavam numa peça teatral. É daí que o termo hipócrita designa alguém que oculta a realidade atrás de uma máscara de aparência. (Fonte: Wikipédia)

Sir Ney é, portanto, pelo menos para nós, brasileiros, o "melhor" ator do mundo.
Mas desde que "a hipocrisia é a homenagem que o vício presta à virtude"[1] e "o cinismo a afirmação ostensiva do vício como virtude"[2], o "escritor" autista maranhense é provavelmente, sem ressalvas, também o homem mais desonesto do planeta. Nem Al ousou tanto, por tanto tempo e com tamanha destreza e imunidade.
E se é imortal da Academia (mais por malabarismo político ou herança da ceva militar nos tempos de ARENA e PDS), continua um escritor tão medíocre que não mereceria referência. Ao contrário, referencio Millôr e seu 'Sarney e o Brejal dos Guajas', esse sim digno de leitura e garantia de boas risadas.

Diria squid, de quem ficou "amiguinho": "Sarney não é um homem comum..."

Não é mesmo! Na verdade, é um dos maiores fdp da "história destepaiz", além de ameaça constante à literatura.
E o miserável nem foi capaz de parir um Luke Skywalker ou uma princesa Leia, ao invés disso, deu-nos foi um Fernando e uma Roseana, mais dois "jedais" do lado escuro da força, além de marimbondos de fogo e o infame brejal, menos "livros", mais de seu peculiar modo de fazer política.
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(*) "Neologismo" inventado por Antônio Rogério Magri durante sua estapafúrdia participação como Ministro do Trabalho no Governo Collor.
[1] François duc de la Rochefoucauld
[2] Olavo de Carvalho

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