quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Vazando água

Que esse "governo de coalizão" emPeTizado pelo mensalão do Zé e squid é imoral, ilegal e engorda (principalmente a horda de "cumpanheros" que vampirizam o Estado) é coisa que qualquer pessoa cuja sinapse não esteja comprometida pode ver, ainda que só tenha dois neurônios. A única forma de sentar em cima de tudo ou acreditar na supersimplificação seja lá de qual descalabro como sendo apenas mais um golpe da mídia, preconceito, racismo, whatsoever, só sendo beneficiário ou membro da famiglia, mamando receitas para projetos superfaturados (e na maioria nunca realizados) de ONG's, ganhando e superfaturando contratos com estatais ou sendo benemérito remido de dívidas do BNDES.
Mas não precisam acreditar em mim, que nunca gostei mesmo de lulas. Leiam a Dora Kramer no Estadão.


Loteamento irregular

05 de janeiro de 2012 | 3h 08


DORA KRAMER - O Estado de S.Paulo
A ordem da presidente Dilma Rousseff para que sejam adotados critérios técnicos na distribuição de recursos para prevenção e combate a enchentes nos Estados é um gesto alentador.
Traduz atenção e conexão com o que se passa no País, ainda que a chefe de Estado esteja em férias, além de marcar positivamente mais uma distinção comparativa com o governo antecessor, que preferia ignorar ou brigar com as más notícias.
Dilma reagiu à revelação, feita pelo Estado, de que 90% das verbas de prevenção e combate a enchentes do Ministério da Integração Nacional foram destinadas para Pernambuco - onde o ministro Fernando Bezerra será candidato a governador.
Desalentador, porém, é o fato de que a ação da presidente tenha caráter meramente simbólico, uma vez que a determinação para que as liberações passem a ser feitas sob o crivo da Casa Civil não anula a prática da influência política.
A força do governador Eduardo Campos, como aliado de primeira linha, junto ao Palácio do Planalto, não será por isso minimamente abalada e, portanto, o potencial de desequilíbrio no tratamento dado a este ou àquele Estado permanece inalterado na prática. Tanto que, segundo o ministro, a liberação foi devidamente discutida da Casa Civil e no Planejamento, com o conhecimento da presidente.
Além disso, só a necessidade de existir uma ordem expressa da presidente para que sejam observados critérios técnicos na distribuição de recursos já diz quase tudo sobre a distorção do modelo de coalizão governamental em vigor.
A rigor, os protocolos administrativos servem para serem seguidos como regra geral e não para que o administrador seja lembrado de que não podem ser exceção e chamado às pressas das férias para dar explicações a respeito.
Nada contra o socorro a Pernambuco ou a qualquer outro Estado necessitado, mas a concentração de verbas configura um evidente privilégio e é a expressão material do sistema de loteamento que transforma o ministério em extensão dos partidos.

Vida que segue. Eles perdem os anéis, mas conservam os dedos em perfeito estado. Dos seis ministros obrigados a deixar os cargos por ação ou omissão em algum tipo de atividade suspeita, cinco tocam a vida sem enfrentar qualquer consequência.
Antônio Palocci (Casa Civil) voltou às consultorias e à atividade de bastidor no PT. Pedro Novais (Turismo) é deputado federal, Alfredo Nascimento (Transportes) é senador, Orlando Silva (Esportes) é candidato a vereador e Carlos Lupi comanda a máquina do PDT.
O único com contas a prestar é Wagner Rossi (Agricultura), indiciado pela Polícia Federal em inquérito sobre fraude em convênio com a PUC.

Não sobra um. Dos partidos governistas com assento no Ministério, só o PSB até agora não tinha sido pego na curva dos desvios.
Com o gentil patrocínio do pernambucano Fernando Bezerra, titular do Ministério da Integração Nacional, na concessão de 90% das verbas contra enchentes para o Estado no qual se candidata a governador, o partido de Eduardo Campos entra na roda e fecha o círculo.
Nenhuma legenda da coalizão saiu ilesa no primeiro ano de governo, mas nem por isso deixarão de compartilhar o poder nos próximos três anos.

Mão de obra. Uma grande e urgente contribuição do setor privado de serviços ao pacote de medidas para estimular a vinda, e facilitar a vida, dos turistas estrangeiros que o governo vai laar em breve seria o investimento pesado no treinamento de mão de obra.
Aí incluídos atendentes de lojas, restaurantes, aeroportos, taxistas etc. E não é só o idioma. É, sobretudo, o padrão de comportamento, a maneira leniente e pouco profissional no trato com a clientela.
Com gente displicente e desqualificada não se pode nem pensar em receber bem a quantidade de visitantes esperados para a Copa e a Olimpíada.
Isso sem falar nos preços escorchantes cobrados no Brasil.
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Imagem: Dilma Queixas.jpg do blogdozeca100.blogspot.com

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