domingo, 16 de setembro de 2012

Faroeste digital

Rapaz, de twittismo entendo nada não. Menos ainda de redes sociais, afinal, sou apenas um caipira pernóstico, daqueles que gostam de pensar difícil ou fazem de um tudo para parecer que é assim, ainda que provincianamente - com aquela discrição sepulcral que distingue derradeiramente os mineiros dos baianos. Escondo-me em "complicações" calculadas para afastar abelhudos e a turba insana que fareja sangue fresco à distância com seus faróis politicamente corretos.
Mas mentiria se dissesse que não quero ser lido, isso é bobagem. Só não pago o preço e nem transgrido algumas normas tácitas inventadas por mim mesmo, pautadas por timidez e meu orgulho, talvez, mas das quais não abro mão.
Ai, caso queira realmente ler, é opção só sua, pois terá de realizar o esforço de navegar e me achar na Net. Não mando mails, não posto no face ou no twitter.
Eu sei, as redes são a nova arma da mobilização e do engajamento. Vide a primavera árabe, antes o quebra-quebra em Londres, mas veja também as brigas entre torcidas organizadas agendadas luxuosamente nas redes. Nessas primaveras não há flores. Veja também a invasão de privacidade, o moedor de reputações cujo rotor são vídeos que não deveriam ser públicos ou simplesmente calúnias devidamente plantadas como estratagema de engenharia social de fim escuso e quase sempre duvidoso. Nada de legislação na Net, ainda.
É o faroeste moderno onde avatares sacam suas armas em duelos na "rua principal" e abatem displicentemente qualquer transeunte mais incauto.
Só que os cowboys aqui costumam não ter a menor graça.
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Imagem: do filme brasileiro 'Rogo a Deus e Mando Bala' de 1972 escrito e dirigido por Oswaldo de Oliveira.

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