sábado, 24 de novembro de 2012

Hamilton


Tusta costuma chamar de anjos criaturas cuja serenidade, bondade e talento deflagram um magnetismo cuja atração gravitacional é impossível trespassar incólume. É como se fosse mesmo compulsório gostar delas. São geodésicas espirituais que nos impelem ao abraço, ao culto sincero.
Nesse sentido Paulinho da Viola é um anjo, afinal, de que forma explicaríamos aquele ar sempre condescendente ou músicas como 'Sinal Fechado' ?

(...)

Alberto "leguelé" chama o irmão de anjo.
Por uma dessas razões que a razão desconhece, estava ele sempre lá, a aglutinar, a cuidar da família, flanando vindo sei lá de onde provendo o necessário inconscientemente, sem ter sido formalmente requisitado.

O Espiritismo apresenta a visão de que tais seres angélicos, independente de suas hierarquias celestiais, estão nesse ponto evolutivo por mérito próprio, são espíritos santificados e livres da interferência da matéria pelas próprias escolhas que fizeram no sentido evolutivo e de renúncia de si mesmos ao longo do tempo, sendo facultado também aos homens atuais - ainda muito materializados - atingirem, através de seus esforços morais e intelectuais nas múltiplas reencarnações, tais pontos de perfeição. (O Céu e o Inferno, Allan Kardec, 1865). Fonte: Wikipédia.

Eu cá, estúpido e cego de crenças que sou, não sei de nada, apenas sinto ultimamente o peso de uma rocha no peito. 
Que a ciência tenha dito isso ou aquilo acerca da fé vá lá, mas ai me pergunto: que sabem eles dos meus "ais"? 

Com efeito, ainda vejo alguns que cruzaram meu caminho aparecidos sei lá de onde, trazendo exatamente o conforto que precisava num momento de desespero, SIM como anjos.
Porque surgiram do nada?, sem perguntas?, trazendo respostas sem mesmo terem recebido chamado algum? Sei lá...
Foi assim com o Kamara's na Newton... 
Foi assim no atropelamento da 381 em frente ao Carrefour em Betim. 
Meu desespero ao colocar a vítima no carro, o receio de que se fosse ali mesmo impingindo-me uma culpa eterna antes da chegada ao hospital. 
Mas já no Pronto Socorro, ainda atônito e perdido, volto-me e atrás de mim ele, sei lá de onde saído, a dar-me o suporte sem perguntas fora de hora. 
Coincidência? Não acredito mais em coincidências!

Assim seu choro, sem palavras, no velório do meu velho. 
Ali fomos irmãos pela última vez.

(...)

"Leguelé" tem razão, era mesmo um anjo, um anjo da guarda.
Todos precisam aumentar o cuidado, o cuidado com os outros agora. 

Fica a lembrança... ficarão as palavras, que tenho certeza,  ainda virão, nem que através de sopros em nossas consciências mostrando-nos o que fazer.

Um comentário:

  1. Muito lindo! E ele me disse no dia: "vi um carro passando, amassado, olhei a placa e pensei: esse carro é do Aristides!Fui atrás." ( Andréia)

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