sexta-feira, 21 de junho de 2013

Tudo foi dito

O que poderia dizer, mas faltava vontade, o Briguet resumiu.
Tudo foi dito...
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Abaixo a passeata
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Somando a quilometragem de todas as passeatas e viagens de ônibus em minha vida, acredito que chegaria ao Muro das Lamentações. Na verdade, cheguei – já estou em Jerusalém! Para quem não sabe dirigir automóvel, até que fui longe, não?
Em 25 anos de maioridade, participei de incontáveis manifestações políticas. Nos tempos de DCE e sindicato, eu era uma espécie de animador de festinhas ideológicas, um Silvio Santos mirim trotskista. Com o tempo, esse amigo, descobri que o silêncio da crônica é infinitamente melhor do que a algaravia dos atos públicos. Parei com as paradas.
Já gritei fora Sarney, fora Collor, fora FHC. Também gritei fora Lula, mas ninguém deu bola. Jamais quebrei uma janela, nem sequer disse um palavrãozinho ao microfone. Só estive perto de botar fogo em alguma coisa quando esqueci o Miojo esquentando no fogão da República. Sim, houve aquela madrugada em que saqueei a geladeira, mas ressarci o Beto e o Baiano na hora do rachid. Em nossa República não havia mensalão.
Soube que me “homenagearam” nas passeatas aqui em Londrina. Infelizmente, o slogan é impublicável neste jornal. Mesmo assim, enviei mensagens a alguns amigos e desconhecidos pedindo que se cuidem. Rezo por todos.
Acho que nada vai dar em nada. Sou absolutamente pessimista quanto à hipótese de salvar o país. Se conseguirmos salvar algumas almas, já está bom. Não acredito em revolução, só em vida eterna: e digo que uma é o contrário da outra. Se todos estivessem em casa lendo as confissões de Henry Miller ou Nelson Rodrigues, seria muito mais produtivo.
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Por falar em leitura, se você quer compreender melhor a formação e a identidade de nossa gente, leitura imprescindível é “Terra Vermelha”, de Domingos Pellegrini. O livro está sendo relançado hoje. Perca a passeata, não o romance.
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Paulo Briguet - http://www.jornaldelondrina.com.br/blogs/comoperdaodapalavra/

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